domingo, 15 de novembro de 2009

Doce pesadelo

06h10min. O despertador toca. Sem sequer olhá-lo, dou um tapa no aparelho a fim de desligá-lo o mais rápido possível. Passo as costas da mão pelo meu rosto, tento abrir os olhos, mas a luz que entra pela janela do quarto me entontece. Sinto como se minha cabeça a qualquer hora fosse explodir em mil duzentos e três pedacinhos. Mas por que me sinto assim? De repente, as cenas começam a se formar em meu consciente, como se fossem flashbacks. Logo me recordo: não acredito, dei pro meu vizinho que acabou de se mudar pra cá. Mas como? Não é possível! Eu o conheci ontem mesmo. Como que para me torturar, meu consciente (de novo), aos poucos, revela novas imagens da noite anterior. Vejo-me toda bem vestida em frente à porta da minha casa, saltinho 16, vestido tomara-que-caia (no caso, tomara mesmo) preto&branco estampado, com uns babadinhos na ponta e uma maquiagem não muito gritante, nada demais. Pouco tempo depois, ele (lê-se meu novo vizinho lindo) aparece caminhando em minha direção, com o sorrisinho de lado e uma mão no queixo. Como toda mulher em sã consciência, penso: nossa, que homem lindo, gostoso, tudo de bom, perfeito, quero ele na minha cama, JÁ! Mas também, como toda mulher em sã consciência, falo: oi, achei que você nem fosse aparecer. Ele continuou com aquele sorrisinho no rosto, disse que não faria essa desfeita comigo, segurou minha mão, encostou os lábios (quentes, por sinal) nela e me convidou para ir com ele até seu carro. Eu sentia como se um enxame de abelhas estivesse dando uma festa dentro do meu estômago. Enfim, chegamos ao restaurante. Tudo parecia estar ocorrendo bem. O papo era bom e descobri que ele era fisioterapeuta, solteiro, gostava de animais de estimação, pretendia morar fixamente na casa vizinha a minha e... Eu já disse que ele era solteiro? Porém, minha felicidade começou a se misturar com preocupação. Aquele homem sentado bem na minha frente, tão perfeito como parecia ser, não poderia estar solteiro. Eu precisava verificar se ele era gay. Disse que tinha que ir ao banheiro, levantei da cadeira, e sem querer (lê-se querendo) bati com a bolsa no copo de vinho dele, fazendo com que o líquido caísse em cima da sua roupa. Prestativa como sou, rapidamente apanhei um lenço, fui até ele e tentei diminuir um pouco o estrago. Deslizei o lenço pela sua blusa bem devagar, até que cheguei à calça. Notei que algo ali mudou repentinamente, e logo, para parecer tímida, tirei a mão, pedi desculpas e sorri para ele. Provavelmente ele entendeu o recado, já que após o ocorrido, pediu a conta ao garçom e em questão de poucos minutos, fomos embora. Ao chegarmos em frente as nossas casas, utilizando a desculpa de arrumar um modo de me redimir com ele pelo acidente, convidei-o para ir a minha casa, que lá eu prepararia alguma comida para nós, enquanto ele poderia tomar banho para tirar o vinho do corpo (claro, ele poderia tomar banho na sua própria casa, mas seria muito deselegante da minha parte deixar essa catástrofe acontecer). Ele aceitou, entrou em casa comigo, mostrei onde ficava o banheiro e fui a cozinha, quase não me agüentando de tanta felicidade. Um bom tempo havia se passado, eu já tinha preparado um conjunto de chocolate, pipoca e DVDs na mesinha de centro da sala, e fui até o banheiro perguntar o porquê da demora. Ele disse, por trás da porta, que já havia terminado e que já estava quase saindo. Inocentemente imaginei que ele já estaria devidamente vestido, ou com pelo menos a calça que estava usando. Girei a maçaneta da porta devagar, e no exato momento que eu ia colocar o pé no piso branco do banheiro, sinto uma mão forte me puxando violentamente para dentro e me prendendo em dois braços grandes. Não tive muito tempo para pensar. Passaram-se dois segundos somente sentindo a respiração ofegante um do outro, a apenas 01 cm de distância. Seus lábios tocaram os meus, tão rápidos, porém tão suaves, que perdi completamente o controle das minhas mãos, que se revezavam por todo o corpo dele, até que alcancei a toalha que lhe estava cobrindo apenas da cintura para baixo, e puxei-a com força, ao mesmo tempo em que ele subia a mão por dentro do meu vestido comportado, contraindo as mãos nas minhas coxas, elevando minha perna até a altura da sua cintura, e me puxando para o chuveiro, que estava ligado. Deixei que ele me encostasse no box e que tirasse de uma vez o meu vestido, enquanto que eu arranhava seu peito e suas costas e dava mordidinhas de leve na sua orelha e nos seus lábios. Pouco, a pouco, nós estávamos nos tornando um só, quando... 06h10min. O despertador toca. Finalmente me recordo que tudo não havia passado de um sonho, e que na verdade, eu estava cansada por que tinha passado a noite ajudando, o meu novo vizinho, a estudar para um concurso que ele faria hoje, porque eu também faria, e já estava atrasada para a prova.

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